MV - Achas que os jovens deste novo século, elevadamente tecnológico ainda se interessam por arte?
DB - Eu acho que é um bocado vago estar a dizer jovens porque eu vou tentar introduzir todas as pessoas que são jovens agora e existe vários grupos dentro deles, e também não acho que seja o facto de estarem ligados ao factor tecnológico que os faz distanciar da arte porque arte já há, acho que tudo o que existe é possível ser feito com arte. O que acontece é que se calhar essas coisas são um bocado distractivas para o desenvolvimento deles. O que eu vejo nas pessoas mais novas do que eu ou da mesma idade é que, às vezes, há uma falta de interesse muito grande, nunca se envolvem num assunto a sério. Consigo reparar que têm muitas coisas dentro delas que são importante e que realmente se importam individualmente com as coisas, se calhar num nível mais profundo mas, mesmo sozinhas, se calhar não pensam tanto nisso. Mas, no fundo, importam-se mesmo e, até acho que têm capacidades muito mais vastas e têm a possibilidade de concretizar as coisas mais rapidamente do que gerações anteriores. Mas perdem porque, se calhar, criam uma camada social como distracção ou tentam criar uma imagem fixe na sociedade, o que faz com que em vez de se juntarem as pessoas sendo sinceras e individuais com um objectivo comum, um bem-estar geral, e dai perceberem que podem participar directamente na evolução da humanidade, criam facetas sociais só para se inserirem socialmente. Mas isto é algo que acontece desde à muito tempo mas agora é cada vez mais alarmante, está tudo mais facilitado e não é aproveitado, o que me entristece um bocado.
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